Estamos formatados para olhar para fora. Para amar para fora e esperar validação… de fora.
É uma procura vã e interminável. Como quem procura o fim do arco-íris, para descobrir que este está sempre a mudar de sítio.
Mais do que dizer a frase inspiradora que “temos de nos amar primeiro a nós”, é importante ensinar aos nossos filhos como é que isso se faz.
Questionar, se nós adultos, dominamos de todo essa ferramenta vital. Se vemos o amor próprio como um direito essencial, ou como um sinal de egoísmo. Se o cultivamos, ou deixamos para último quando TODAS as outras tarefas estão cumpridas.
Para mim tem sido um processo, um desembrulhar de várias camadas externas que me distanciavam de mim própria. Uma descoberta com curiosidade e gentileza, de quem sou. De tudo o que sou, não só das partes catitas. Para amar incondicionalmente, temos de aceitar por inteiro. Acolher tudo. Principalmente o que mais desconforto desperta.
A forma como lidamos connosco dá o tom para todas as relações que temos.
É como uma música que é seguida sem o outro ter consciência. É por isso importante sermos NÓS a escolher essa música de uma forma consciente.
Para inspirar amor próprio, ensina o teu filho a olhar para ele profundamente nos olhos ao espelho, a estar com ele. A tratar o corpo com gentileza respeitando os seus limites. A ouvir se uma relação é boa para ele, ou cheia de elementos tóxicos. A escolher que hábitos o fazem crescer, e os que o fazem esquecer de quem é. Ensina-lhe a ter uma voz interna que apoia, especialmente nos dias difíceis. Principalmente, ensina-lhe pelo teu exemplo. Aprende a gostar de ti todos os dias mais um bocadinho…