Contar a nossa História de Amor conta muito!

28 Fev 2018 .

Exemplo

No dia 16, eu e o pai catita fizemos 10 anos de namoro. Para comemorar a data decidimos criar um painel da história da nossa família.

 

História de Amor Catita

O pequeno catita, como qualquer outra criança, tem uma grande necessidade em saber de onde veio, o que o ajuda a definir para onde vai.

Ele delira com as histórias do “quando eu tinha a tua idade…”, com as espatifadelas do mini-pai catita mais-arranhão-menos-arranhão na sua bicicleta, com as aventuras da mini-mãe nas aulas de ciências. Com todos os medos e desafios que cada um enfrentou, tão semelhantes aos que agora ele está a viver.

Contar a nossa História de Amor conta muito

No meu tempo não havia televisão. Tu tens é muita sorte!

 

Não conta como história construtiva e inspiradora. Só os pormenores, as personagens tão conhecidas, os problemas, aprendizagens e as emoções experienciadas constroem a riqueza e profundidade da mensagem. 

Contar histórias de família tem inúmeros benefícios. Ajudam as crianças a fazerem relatos mais ricos e pormenorizados do seu dia a dia, a compreenderem e identificarem os pensamentos e as emoções do outro lado, favorecem o crescimento de uma autoestima saudável, e de uma noção mais forte do seu “eu”.

As suas identidades ficam mais definidas, resultando numa maior resiliência e capacidade de lidar com os desafios da vida.

Estas histórias criam fios invisíveis que ligam a criança a todos aqueles que são importantes na sua vida, criando uma rede robusta onde a criança se sente amparada e protegida.

O painel chegou a semana passada, e o pequeno catita não conseguia tirar os olhos dele. De certa forma lembrou-me o poder hipnotizante das pinturas rupestres, ou dos hieróglifos do Egito. Desde sempre que os seres humanos se juntam para passar histórias de geração em geração.

A nossa estava impressa em PVC, e era mais na onda da banda desenhada, mas o poder da história era claramente visível nos seus pequenos olhos fascinados.

Ó Mãe e aqui? Foi onde conheceste o pai? 

 

Apontava entusiasmado com o seu dedinho para o desenho do primeiro encontro. Contámos várias vezes cada episódio. VÁRIAS, várias vezes…

No pedido em casamento no Japão, ele descobriu que a mãe tem dificuldade em responder rapidamente a perguntas difíceis, daquelas que podem mudar a vida de uma pessoa. Desde aí, responde “vou pensar um bocadinho” antes de responder a perguntas que ele acha que merecem o seu tempo.

Descobriu que a mesma música que ainda hoje cantamos para ele, era a música que o embalava ainda estava ele na minha barriga, o genérico do “Conan, o rapaz do futuro” (o pai catita tem uma “ligeiríssima” adoração pelo Japão).

Apercebeu-se que gostar de uma pessoa é crescer com ela, e isso leva tempo, como todas as coisas que valem mesmo a pena.

E descobriu que a vida dele é uma enorme tela, onde vão nascer muitas memórias maravilhosas que um dia ele também vai contar a alguém, muitas e MUITAS vezes.

 

Artigo escrito originalmente pela Mãe Catita para a Uptokids