As birras são oportunidades.

Quando estão a lidar com emoções difíceis, as crianças pedem amor das formas mais agrestes.

“És a pior mãe do mundo. Odeio-te.”, “Gostava de ter outros pais!”

Palavras duras de ouvir, mas que refletem a enorme tempestade emocional que vai dentro delas.
A regulação emocional, é algo em construção até por volta dos 25 anos. (Leste bem 25 anos). Pedir a uma criança que seja racional quando tem de desligar o computador a meio de uma ronda vencedora, equivale a pedir a uma pessoa que não sabe conduzir que entre no Rali Dakar, e fique entre os primeiros.
As palavras com picos escondem a necessidade de presença segura, de amor incondicional, e de aceitação de todas as emoções peludas que estão nos seus corações.
Sempre que o meu filho está nesse loop, primeiro regulo-me emocionalmente. Depois traduzo internamente cada palavra que ele diz, pelo que eu sei que está verdadeiramente lá “Gostas de mim? Mesmo quando estou assim? Ajuda-me, não consigo sair daqui sozinho!” É um desafio, ainda mais quando são assuntos que carregam nos meus botões internos.
Fico lá com todo aquele desconforto. Com o meu, e o dele. Fico presente, para os dois. Aos poucos, os picos caem, e do outro lado fica uma criança exausta..
Quando a tempestade passa, a relação fica mais forte. Ele fica então pronto para ser orientado, receber novas ferramentas, e respostas para utilizar em novas situações bicudas.