Sempre fui muito exigente comigo e com os outros. Ensinaram-me desde cedo que o erro era algo negativo e a evitar. Algo para fugir a sete pés.
Este facto era reforçado na escola quando num teste marcavam a vermelho, com redobrada determinação, o que estava errado. Apenas o que estava errado era notado. Éramos levados a acreditar que nós somos o último erro que cometemos.
As estratégias passavam por fazer TUDO para evitar errar, (como se isso fosse possível).
Durante muitos anos, enquanto crescia, era esse o meu foco
Essa era a base do ensino e da educação, tal como hoje ainda é.
Quando escolhi mudar a minha relação com o erro, decidi inscrever-me numa aula onde certamente iria ser uma das PIORES alunas da turma. Inscrevi-me na dança do ventre, para enfrentar os meus erros de frente e com jogo de cintura.
Todos para a direita… e a Joana para a esquerda. Todos para a esquerda… onde é que está a Joana??? Nunca me diverti tanto.
Nunca errei tanto. Nunca aprendi tanto.
Foram anos incríveis de aprendizagem sobre mim, sobre os meus limites, auto-julgamentos e sobre a importância que dava aos julgamentos dos outros.
Hoje vejo o erro com outros olhos. Aprendo com ele. Cresço com ele. Noto o que tenho de treinar mais, o que tenho de organizar mais, o que tenho de largar mais, o que tenho de fazer de forma diferente.
Os erros fazem-nos crescer, se os deixarmos.
Mas essa aprendizagem só é possível, se formos gentis enquanto crescemos, tal como fomos com os nossos filhos enquanto aprendiam a dar os seus primeiros passos.