Como sobreviver a uma birra sem perder a cabeça

21 Ago 2017 .

Intenções

Como sobreviver a uma birra sem perder a cabeça

Ui. Esses momentos muito desafiantes. Eles atiram-se para o chão e nós só temos vontade de fazer o mesmo. Eles perdem a cabeça, e a nossa vai atrás…

 

Todos fazemos birras

No outro dia reparei que também eu faço birras, mas birras para dentro. Vá lá, multa dos senhores do parquímetro por 3 minutos de atraso? Birra. Centro comercial na véspera da véspera de Natal? Birra. Ir comprar o material escolar para o regresso às aulas, e ter de escrever 150 etiquetas com o nome do meu filho? Birra. Receber no meu aniversário um electrodoméstico? BIRRA!

A diferença é que emocionalmente somos mais maduros, por isso, conseguimos lidar com todos aqueles sentimentos que nos invadem no momento (tirando a situação do electrodoméstico). Uma criança não consegue.

Ao substituir a palavra birra por meltdown, temos uma noção mais clara do que realmente se está a passar. Quando o meu filho tem uma birra gigantesca, está a sentir-se assoberbado pelos sentimentos que o invadem e exterioriza-os em forma de birra. Está num avassalador loop emocional, do qual não consegue sair sozinho.

Sabendo isso, em vez de querer “controlar” a birra, quero ajudá-lo. É um momento MIP, abreviatura do que eu chamo de “momento importante de parentalidade”, onde devemos agir de forma consciente de forma a apoiar a criança na sua aprendizagem.

Isso é tudo muito giro mas ele está no chão do supermercado venha cá, aos gritos!

Então, o que é que eu posso fazer, durante o processo meltdown para ajudar o meu filho?

  1. Não me preocupar com o julgamento dos outros. Primeiro está o meu filho e o que ele está a sentir. Além disso, já todos passaram pelo mesmo;
  2. Ter atenção para ele não se magoar, nem magoar ninguém. Se possível, levá-lo para um sítio mais tranquilo, onde consigam estar só um com o outro;
  3. Lembrar-me que um comportamento desafiante é sempre um pedido de ajuda. Sem uma autorregulação emocional desenvolvida, o meu filho precisa de mim para se acalmar;
  4. Reconhecer e aceitar os sentimentos e emoções do meu filho, criando um ambiente seguro para ele os expressar. Criar contacto visual e falar com uma voz calma “Estás mesmo zangado, não é? Estou aqui se precisares de mim”;
  5. No final, não guardar ressentimentos. A birra não é pessoal, é só uma birra. É o processo em que ele aprende a gerir as suas emoções fortes, e conta comigo durante essa importante aprendizagem.

Da próxima vez que estiveres perante uma birra, ouve o verdadeiro pedido de ajuda do teu filho, vais ver que muda tudo, para os dois.